O Amor Empresta Sabor

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Maria e José contemplando o menino Jesus recém-nascido.

Sempre que se aproxima o tempo de celebrar o Natal do Senhor, nos vem a imagem daquele lugar. O Menino Jesus nasceu em um estábulo, um lugar possivelmente frio e malcheiroso, reservado para guardar animais. Nasceu ali e foi deitado sobre uma manjedoura, ou seja, repousou sobre onde os animais bebiam água.

Contudo, mesmo reconhecendo que essas não são condições dignas para se receber uma criança, ninguém se paralisa nessas dificuldades e, muitas vezes, até demoramos para perceber que aquele não era um local apropriado se quer para se acomodar por uma noite.

Sim, ali O Menino nasceu, mas, qual é o segredo da Sagrada Família? Como Deus permitiu que o seu Filho Amado vivesse essa situação tão constrangedora? Parte da resposta desse mistério é o seguinte: o amor supera tudo. O amor da Virgem Maria e de São José era eloquente e falava mais alto do que qualquer contratempo.  Então, esse amor teve a força de emprestar sabor para aquele lugar, de tal modo que ele foi justificado, acabou por ser contado como digno.

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!” (1 Cor 13,1-3)

Será que é bom viver em um palácio? Será que valeria a pena deixar um apartamento em Copacabana para ir viver em uma casinha da vila esquecida? E se não houvesse respeito? Você precisa trabalhar muito porque seu filho precisa de uma TV no quarto, ou será que seu filho precisa de uma TV no quarto porque você trabalha muito? Imagine-se rodeado de filhos que esperam pela herança.

Irmãos, a única pobreza que devemos temer é a falta de amor. Claro que é saudável procurar prosperar e gozar algum prazer ou segurança que nossas posses nos proporcionem, contudo, não haverá paz se não houver amor e, cedo ou tarde, nos damos conta de que é vão tudo aquilo que não foi rodeado de amor, pois ele empresta sentido ao que temos.

Emprestar. Esse é o verbo mais apropriado, pois há situações que são indesejáveis, porém, quando cobertas de amor, passam a ter outra cor. Por exemplo, aquela família lá na favela pode não ter uma farta ceia na noite de Natal, contudo, se eles são unidos, se respeitam e, sobretudo, se amam de verdade, não encontraram valor maior do que estarem juntos e aproveitar a companhia um do outro. Sim, convém que eles se movam para que cheguem a prosperar, mas eles não trocariam o seio daquela casinha por nenhum apartamento a beira mar.

Aquele que vive no Senhor sabe que não vale a pena aquilo que não é amor. Gula, egoísmo, avareza podem entreter alguém, mas adoecem o coração e poluem o ambiente próximo. Então, ame mais. Ame com amor verdadeiro, o amor que Deus ensina.

Quem é o teu próximo? Pai, esposo, filho, amigo, colega de trabalho? Pois o ame hoje. Quem deveria ser o teu próximo? Mãe, esposa, filha, irmão de grupo de oração? Pois o ame agora. E não esqueça de sempre estar com Deus, pois Ele faz maduro e dá vigor ao nosso amar.

 

Por Márcio Martins

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Márcio Martins

Escravo de Maria Santíssima. Filho da Comunidade Católica Shalom. Pai de família (uma família maravilhosa). Fundador da Nuvem Católica. Analista de Sistemas.

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