Jejum é Preceito e Necessidade para a Santidade do Corpo e da Alma

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Jejum atrai a luz de Deus para a oração e para a vida.

O jejum purifica a alma, eleva os sentidos, sujeita a carne ao espírito, faz-nos contrito e humilhado o coração, dissipa o nevoeiro da concupiscência, extingue os odores da sensualidade, acende a verdadeira luz da castidade.”

Santo Agostinho

Fazer jejum não é simplesmente ficar com fome. Jejum é uma oferta que fazemos a Deus. Jejuar também é como por óculos para melhor enxergar ao nosso redor e dentro de nós mesmos.

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Não Consigo Fazer Jejum

A Igreja entende que existem aqueles que são dispensados da obrigação de jejuar por alguma condição de saúde, trabalho ou idade. Para esses irmãos resta o convite de praticar algum tipo de jejum mais leve, que promova seu crescimento espiritual sem lhes prejudicar a saúde.

Se você não pode pular uma refeição, então coma apenas a metade do que você costuma comer. Caso não seja possível ficar sem alimento até meio dia, fique apenas até nove. Quem não consegue fazer aquele jejum heroico, faz o jejum que pode fazer.

A Necessidade e o Preceito de Jejuar

A Bíblia, os Santos e a Igreja insistem em nos alertar para a importância do jejum. Que bom seria se nós soubéssemos o quão valiosa é essa prática. Porém, sequer nos damos conta de que jejuar é um preceito, assim como participar da Santa Missa aos domingos também é.

Nós precisamos despertar e perceber que precisamos jejuar. E não jejuar de qualquer jeito, mas sim com piedade e ousadia. Isso porque nós vivemos em uma constante batalha espiritual e Nosso Senhor Jesus Cristo nos revelou que há vitórias que só podemos conquistar por meio do jejum.

“Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum.”

Mt 17, 20b
Jejum propicia momentos fortes de oração, fortalecendo o espírito e enfraquecendo a carne.
Imagem de James Chan por Pixabay

Jejum para Reprimir a Carne e Fortalecer o Espírito

Quando nós estamos jejuando, temos a oportunidade de experimentar a nossa fraqueza. Daí, fica mais fácil reconhecer a nossa pobre condição e a nossa total dependência de Deus. Por isso é que o São Paulo Apóstolo vai dizer:

Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte.

1Cor 12,10b

Jejuar educa a nossa vontade. A nossa carne vai reclamar pedindo alimento, além disso, teremos de resistir ao desejo de sentir o prazer de ter nossa fome saciada. Contudo, ao sustentar o exercício do jejum, estaremos dizendo à nossa carne:

Eu prefiro saciar os desejos do meu espírito, que anseia permanecer em comunhão com Deus.

Aquele que dá essa resposta no jejum, quando a fome lhe aflige, conseguirá também dar essa mesma resposta quanto o pecado tentar lhe seduzir, pois a sua vontade estará treinada e fortalecida, enquanto que a carne já terá entendido qual é o seu lugar.

Está escrito:

Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis.

Gl 5,24

Por isso é importante que a nossa carne seja enfraquecida e nosso espírito seja fortalecido. Só assim, a carne não nos dominará e poderemos enfim ser livres para vivermos conforme o Espírito Santo nos inspira. Então chega de beliscar petiscos fora de hora só porque sentimos uma leve faísca de desejo. Pelo contrário, tenhamos hora para comer, para beber e, sobretudo, pratiquemos o jejum.

Jejum amplia Nosso Entendimento das Coisas Espirituais

A privação do alimento nos coloca em uma condição diferente. Essa condição não é confortável segundo os olhos humanos, porém, esse é o estado em que nosso espírito se encontra com a Graça de Deus.

O jejum deixa a nossa carne confusa e agitada, como um peixe se debate fora da água. Por outro lado, nosso espírito entra em gozo, pois, no jejum, ele escuta e consegue entender as manifestações do Espírito Santo. Nessa hora, a nossa carne está em um lugar insalubre, mas o nosso espírito está na presença de Deus, convivendo com Ele.

Quanta sabedoria acumularam os Santos enquanto contemplavam o próprio jejum? Sem dúvida alguma, aquele que deseja ter o entendimento das coisas espirituais deve ser fiel à prática do jejum.

Jejuar Dilui Nossos Pecados e nos Insere na Cruz de Cristo

Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar. É através do sacrifício Dele que os nossos pecados são expiados e perdoados. Contudo, precisamos ter fé. E algo que muito faz crescer a nossa fé no Sacrifício da Cruz é participarmos desse Mistério.

Há uma passagem Bíblica que diz:

Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja.

Colossenses 1, 24

Sim, somos chamados a sofrer as dores de Cristo. É Ele quem salva a todos, mas Ele quer salvar junto conosco.

Dessa forma, esses sofrimentos nos atingem de muitas formas, como em uma vigília ou renunciando uma grande oportunidade profissional em favor de nosso ministério. Contudo, aqui quero destacar que o jejum é uma forma privilegiada de participar do Mistério da Redenção.

E à medida que vamos redimindo o mundo inteiro, também nós mesmos somos redimidos. De fé em fé, de dor em dor, de fome em fome, todos os pecados vão sendo diluídos e encobertos.

Jejum é para ser contemplado na vida e na oração.
Imagem de Prierlechapelet por Pixabay

Contemple o Seu Jejum

Agora, quero reforçar o que foi dito bem no começo. Fazer jejum não é simplesmente ficar com fome. Então, contemple o seu jejum. Sim, quando estiver jejuando, olhe para dentro de si, preste bem atenção a sua volta. Certamente, ao contemplar o seu jejum, você terá um encontro marcante com Deus.

Por fim, que as palavras do Papa São Leão Magno nos ajude a reconhecer que jejuar é uma graça e também uma urgência.

Disse o Papa São Leão Magno (440-461) em seu Sermão sobre o Jejum

“O que pode ser mais eficaz do que o jejum? Por sua observância nos aproximamos de Deus e, resistindo ao diabo, triunfamos da sedução dos vícios. O jejum sempre foi um alimento para a virtude. Da abstinência, enfim, procedem os pensamentos castos, a vontade reta, conselhos saudáveis; e pela mortificação voluntária do corpo, damos morte à concupiscência da carne, renovando o espírito pela prática das virtudes.

Mas como a salvação de nossas almas não é conquistada apenas pelo jejum, completemo-lo pela misericórdia para com os pobres. Seja abundante em generosidade o que retiramos ao prazer; que a abstinência dos que jejuam reverta para o alimento dos pobres. Pensemos na defesa das viúvas, no socorro dos órfãos, na consolação dos que choram, na paz aos revoltosos. Que o peregrino seja recebido, que o oprimido seja ajudado, que o nu seja vestido, que o doente seja curado, a fim de que, todos os que oferecerem o sacrifício de nossa piedade, por estas boas obras, a Deus, autor de todos estes bens, mereçam receber Dele, o prêmio do Reino Celeste.”

São Leão Magno – Sermão sobre o jejum

Por Márcio Martins


Agradecimentos:
  • Luiz Carlos Nunes – Voluntário – Revisão textual

Referências:

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Márcio Martins

Escravo de Maria Santíssima. Filho da Comunidade Católica Shalom. Pai de família (uma família maravilhosa). Fundador da Nuvem Católica. Analista de Sistemas.

2 thoughts on “Jejum é Preceito e Necessidade para a Santidade do Corpo e da Alma

    • 30 de abril de 2019 em 12:24
      Permalink

      É um prazer servi-lo. Salve Maria.

      Resposta

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